Tuesday, December 28, 2004

EXPECTAR

"Um vazio tranquilo
se fazia vencedor
em mim como se quisesse compor
algo por sobre minha dor
que se transformara naquilo
que há de ser um dia crescimento!

Preenchimento não tão sereno
sobrepõe o vão ameno
que se encontrava disposto, talvez,
a ser permeado por gosto, e lento,
diante de uma bela possibilidade
que a vida me intercala em viéz.

Expectar, criar, ceder.
Imaturo seria não se permitir esperar
que de tranquilo o vazio não se compõe
e de ameno e sereno não se prova crescer.
Conhecer, divertir, deliciar.
Se encantar!

Madeira rara, e cara,
Egípcio, ou grego onírico
Assim é bela minha possibilidade
que se intercala no viéz de rara
com-pa-ti-bi-li-da-de!

Não há como não ceder, criar, expectar...
diante de um vazio sobreposto por um imenso gosto
de ebano dado, enviado, como presente belo.

Conhecer, criar, esperar....
Gerar e decepcionar, ser decepcionado.
Ameno e leve, o vazio que antes reinava?
Não, intenso e fundo porém disfarçado!

Então, como que num vértice de emoção
o preencher cede espaço ao expurgo,
ameno, sereno e lento, mas turvo, que
de belo, raro e caro o que reina é a sensação de
in-ca-pa-ci-da-de!

O mesmo vazio tranquilo
se conforma com a constatação
da minha falta de preparo, ainda,
em ouvir um não!"

Juliano Hollivier

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