Friday, August 12, 2005

... E o anjo caiu!

A noite corria agitada enquanto teclava com várias pessoas pelo computador. Queria sair logo pois tinha um encontro marcado. Eram dois amigos virtuais e outro que nunca havia visto alí. Falávamos todos sobre superficialidades: festas, points interessantes da noite ou o que se teria de bom pra fazer aquela noite. Achei intrigante algumas coisas ditas pelo tal novo 'amigo', cujo apelido era Anjo. Ao mesmo tempo em que falava coisas desconexas às vezes digitava outras muito sérias. A última que li foi "E o que faria se tudo acabasse?". Li aquilo e não entendi, não dei atenção, estava sem tempo Me preocupava o atraso ao encontro então não respondi à frase do Anjo. Desconectei e saí....em busca de algo fútil!

Horas e mais horas são gastas em tentativas sem sucesso de um entendimento, de um bálsamo qualquer que ilumine os cantos. As asas já não levantam vôo, já não transportam a paz, nem a alegria. O manto não cobre nada a não ser o corpo, vazio. Num toque a mensagem é enviada, e noutro ignorada. E essa indiferença, mesmo que despretenciosa, confirmam o esmo. Tão logo segue-se o trajeto ao peito que pára, o caminho certo ao vôo sem asas. E indo se vai, ao mesmo tempo que um filme se projeta no vácuo das paredes, nos músculos de um coração qualquer. O caminho termina, na beira, ou quem sabe começa!

Resta crer no propósito das mensagens, para uns de um jeito, para outros de outro. O sentido desta li ao voltar ao computador quando me conectei novamente, após aquele encontro ridículo, sem sucesso. Ao abrir minha caixa leio a mensagem do Anjo: "Não vale a pena quando ainda há quem sofra sua falta!". A televisão ligada gritava sobre alguém que tinha se jogado do vigésimo andar de um edifício muito rico, e que inexplicavelmente teria voado e sumido!

Juliano Hollivier

Thursday, August 04, 2005

Dúvida

Por tantas sensações pensei crer na correspondência ao meu amor.
Quase nunca pelas palavras ditas nem pelas brigas, malditas.
Mas sim por algumas sessões de extrema alegria, de extrema entrega e de muito carinho.
Também por outros indícios de saudades, de sentir minha falta, a sensação de perda talvez ou arrependimento.
Por tantas sensações assim pensei crer no seu retorno.
Hoje e já há algum tempo o que atormenta é a dúvida e a dificuldade da aceitação.
Dúvida sobre a intermitência desses indícios, sobre a reação que terei ou se terei quando me procurares, dúvida sobre este "procurar-me".
Aceitação de um "não sinto nada por você" ou de outro "isso não é amor, é obsessão",
Dificuldade em aceitar que não ama, que não quer, que não espera, que não deseja, que não mais beija, que não mais tolera.
Aceitar o NÃO, o N Ã O, o N Ã O.
Ainda que pareça uma atitude infantil, mimada, e ciente de que querer é diferente de ser ou ter, hoje o maior sofrimento é não ter aquilo que mais desejei desde o começo: PAZ.
E esta falta de paz vem da falta de uma constância da felicidade, da falta deste amor pra corresponder, da falta do carinho que agora mais preciso.
Hoje alguém vai embora, hoje alguém foi embora.
"Será se" já não terá indo antes?

Juh