27 de Maio de 2011 - Oferecimento Prefeitura Municipal de São Paulo - Secretaria da Cultura
Friday, October 07, 2011
CAOS
Performance apresentada no Centro Cultural São Paulo
27 de Maio de 2011 - Oferecimento Prefeitura Municipal de São Paulo - Secretaria da Cultura
27 de Maio de 2011 - Oferecimento Prefeitura Municipal de São Paulo - Secretaria da Cultura
Amor Nú Pela Arte
Performance apresentada no Centro Cultural São Paulo
8 de Julho de 2011 - Oferecimento Prefeitura Municipal de São Paulo - Secretaria da Cultura
Teaser
8 de Julho de 2011 - Oferecimento Prefeitura Municipal de São Paulo - Secretaria da Cultura
Teaser
Wednesday, June 22, 2011
Funeral de Imagens
Picture by Juliano Hollivier
Há uma dicotomia no ar.
sobrepujado pelas paredes de sua casa eterna.
Flores e odores de um lar
guardados nos cantos das lembranças crianças.
Em um funeral de imagens e gostos,
me sinto parado, imóvel, estático.
Vejo lágrimas, suspiros e rostos
marcados pelo desgosto da morte, do nada.
Alguém me pega pelo braço apático
e me puxa para fora da sala.
É quando sou movimentado
pelo vôo de um pássaro que passa.
Vejo então a árvore que o vento leva,
o verde da grama aguada,
e percebo que o movimento acontece
mesmo que eu esteja inerte, irraigado, no nada.
De fora, agora, para dentro morro.
De dentro, e fora, para agora sou levado.
(in memoriam Jamil Abed, meu tio)
Juliano Hollivier - São Paulo
Pictures by Juliano Hollivier
Tuesday, March 15, 2011
O Polvo Poético
Picture by Juliana Sanches
Hoje saí às ruas, uma vez mais
tocar toda gente que pudesse cruzar, acarinhar
com um pouco de razão, outro tanto de emoção
Como um polvo se aproximando do cais.
Fui devagar, com o coração expectando
algo realmente importante
sentia que poderia acontecer,
que fizesse toda a diferença, todo o sentido que faltava
naquela proposição de humanidade.
Poéticos tentáculos iriam envolver,
circundar, dizer e destristecer pessoas.
Simpáticos feitores compartilhar, dadivar,
abastecer seres humanos de carinho.
E isso foi feito, como planejado.
Porém o objetivo atingido
deu vazão para uma nova razão,
um real significado para tudo aquilo,
algo que me fez ver o quanto sou importante e pequeno ao mesmo tempo.
Mendigos caídos, crianças se drogando,
Fedores exalando pena, lástimas, crime.
Sujeiras colorindo quadros em preto-e-branco
há muito já pendurados.
Mijos misturados à pedidos
de ajuda, de reconhecimento e de todo carinho
que estávamos oferecendo.
O polvo se deparava com a cidade
em sua total realidade, inexorável.
Eu, feitor, me embriagava num misto de coragem,
piedade, poesia, compaixão e alegria.
Moradores de um gueto não tão miúdo,
normalmente esquecidos e dilatados
por nós mesmos nas ruas sem saída,
se transformaram em público,
em pessoas, em seres passíveis de apreciação,
de envolvimento, de compreensão pelo que dizia.
Os poemas vivenciados por nós polvos,
os tocavam de dentro para fora,
exatamente como se deve ser.
E eram agraciados, revelados sensíveis e humanos como os são!
O projeto, em mim, se transformara
como eles, quando um sorriso de um deles
me pediu que retornasse ali, naquele mesmo lugar,
num dia qualquer depois daquele,
para que eu pudesse ouvir e viver
da poesia feita à mim por ele.
E assim, o Polvo Poético, em mim
passou a ser necessidade, obrigatoriedade,
para que de humanidade eu possa dizer
que seja pleno, alimentado e totalmente presenteado.
Juliano Hollivier - São Paulo
inspirado no projeto Polvo Poético do GRUPO SENSUS (www.gruposensus.blogspot.com)
Pictures by Marcelo Fioravanti
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