Tuesday, February 07, 2006

Cacos de Vidro

Divisa mediana entre loucura e sanidade,
Divina semelhança entre amor e odio?
Vive na carne a sensação do estilhaço.
Os vidros rompem os gritos, o choro e a incompreensão;
dividem-se alma, cabeça e coração,
e por este coração o amor escorre.


Já dito antes pêndulo,
já visto antes cenas tristes e felizes,
mas nenhum dia se assemelha ao outro
assim como sentimentos não se apoiam em regras.


Um dia que marcou forte, quase um corte,
os vidrilhos ao chão eram meus próprios cacos.
Sano ou não, um resultado louco do silêncio ao telefone,
da indiferença, da falta de vontade em conversar.


Vive na carne a sensação do estilhaço,
os vidros rompem os gritos, o choro e a imcompreensão
dividem-se alma, cabeça e coração
e neste coração o amor questiona:


como sobreviver sem seu toque, seu o meu toque, sem o toque das mãos de Deus?


Juliano Hollivier