Friday, February 26, 2010

Feixe

Nao estou fechado, de portas cerradas, não.
Me coloco sempre entre as oportunidades,
digo sim ao mínimo feixe de luz de esperança,
e me agarro a ele como se fosse o último.

Quando olho à frente quero me ver feliz
com alguém tão bravo quanto minha predestinação.
Quando olho além vejo esta imagem
pois tão concreta é minha fé
que não há tristeza, doença, nãos e fases ruins capazes de me fazer parar.

Caio e me machuco como todos,
porém levanto-me como poucos: crente!
Crente no aprendizado, crente no amor
que está próximo, que está vivo em mim e em alguém.
Crente na realização de sonhos.

Um dia sonhei com um lugar, um gramado verde,
uma Universidade muito antiga ao fundo e um riacho.
Noutro estava lá, pessoalmente no pátio do Trinity College
olhando para o Rio Cam.
Era Cambridge nos meus sonhos e não sabia antes de chegar lá.

Então me deixo levar pelo que sinto, pelo que sonho,
pois a cada proximidade do fracasso, vejo que tudo pode ser
como naquele dia, quando descobri ao vivo o que era um sonho.
E assim é minha vida e minha busca.

Quero viver plenamente o amor com alguém,
quero viver plenamente minha Arte,
quero viver plenamente a vida de minhas personagens.
Eu apenas quero viver, e isto já é difícil o bastante.

Por isso que passem por mim
todos aqueles que me virem com bons olhos,
cheios de desejo ou tesao, cheios de curiosidade ou admiração.
Que passem e experimentem o que é estar vivo
pois sou homem imperfeito, digno e merecedor.

Sou algo, isso e aquém,
sou meu, pronto talvez,
sou assim, porém, teu.
Sou tanto, pouco, intenso.
Sou demônio, franco, santo.

E então que fique apenas um,
que esteja e seja afim de viver
verdadeiramente um sonho,
gozar infinitamente um devaneio.
Que seja par, seja amigo e seja inteiro.

E que antes de tudo isso se enxergue no espelho da Criação!

Juliano Hollivier - São Paulo